Simone de Beauvoir por Isabel Capeloa Gil (Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa)
Hannah Arendt por Mathias Thaler (CES)
Moderação: Maria José Canelo
29 de maio de 2012, 21h15, Galeria Santa Clara, Coimbra
Simone de Beauvoir (1908-1986), escritora, filósofa existencialista e feminista francesa, deixou-nos uma vasta obra em que se contam romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia. Juntamente com o que seria o seu companheiro, Sartre, é um dos mais emblemáticos expoentes do existencialismo francês e da conceção de escrita como empenhamento. Polémica, radical, contraditória, Simone de Beauvoir constituiu um agente de vanguarda, não só abrindo o território para a manifestação de um modo diferente de fazer a história, mas, acima de tudo, como um cinescópio que ilumina o contributo das mulheres para a história da humanidade.
Hannah Arendt (1906-1975) é um dos nomes mais importantes na área da filosofia política no século XX. O contínuo interesse pela sua vida e pelos seus escritos pode ser explicado por duas razões. Por um lado, a biografia de Arendt – a educação alemã, o estatuto de refugiada, a condição de apátrida, a emigração para os EUA - é dolorosamente emblemática da história horrenda do totalitarismo europeu. A vida de Arendt diz-nos muito sobre o que a Europa foi no século XX. Por outro lado, o pensamento de Arendt mantém-se atual e desafiador, sobretudo se o compararmos com o trabalho de alguns de seus contemporâneos. Muitas das suas observações críticas têm relevância para a compreensão do mundo globalizado de hoje. Por exemplo, as suas intervenções como intelectual pública – a controvérsia sobre Adolf Eichmann! - continuam a inspirar os críticos sociais em todo o mundo. Nesta sessão, vamos concentrar-nos num número selecionado de conceitos cruciais que podem ser encontrados na obra de Arendt: julgamento, ação e cidadania.
Isabel Capeloa Gil é Professora Associada da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e, desde 2005, Directora da mesma Faculdade. Estudou em Lisboa, Munique e Chicago e tem várias publicações nacionais e internacionais sobre estudos de mulheres, teoria cultural e cultura visual. É investigadora sénior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura e coordena a Linha de Investigação Cultura e Conflito. Entre os trabalhos mais relevantes contam-se “O Colorido da Diferença: a(s) culturas de expressão alemã hoje” (2005); “Mitografias. Figurações de Antígona, Medeia e Cassandra no Drama de Expressão Alemã do Século XX” (Lisboa 2007); “Fleeting, Floating, Flowing: Water Writing and Modernity” (Würzburg, 2008); “Simone de Beauvoir: Olhares Sobre a Mulher e o Feminino” (com Manuel Cândido Pimentel, Vega, 2010) e “A Cultura Portuguesa no Divã” (com Adriana Martins, 2011). A sua obra mais recente é “Literacia Visual. Estudos sobre a Inquietude das Imagens” (Lisboa, 2011). É desde 2010 Honorary Fellow do IGRS, School of Advanced Study, Universidade de Londres.
Mathias Thaler é investigador do Centro de Estudos Sociais. Estudou em Viena, Toronto, Paris e Berkeley (Califórnia). As suas áreas de especialização são a filosofia intercultural e o domínio da teoria política e justiça internacional. A sua dissertação de doutoramento, que lhe valeria o Prémio de Doutoramento da Academia Austríaca de Ciências em 2003, examina três debates contemporâneos no que respeita à justiça internacional: intervenção humanitária, direitos humanos e cosmopolitismo. A dissertação foi publicada em 2008 com o título “Moralische Politik oder politische Moral?” pela editora alemã Campus. Desde 1999 exerce funções de editor na revista científica “polylog. Zeitschrift für interkulurelles Philosophieren”.
Hannah Arendt por Mathias Thaler (CES)
Moderação: Maria José Canelo
29 de maio de 2012, 21h15, Galeria Santa Clara, Coimbra
Simone de Beauvoir (1908-1986), escritora, filósofa existencialista e feminista francesa, deixou-nos uma vasta obra em que se contam romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia. Juntamente com o que seria o seu companheiro, Sartre, é um dos mais emblemáticos expoentes do existencialismo francês e da conceção de escrita como empenhamento. Polémica, radical, contraditória, Simone de Beauvoir constituiu um agente de vanguarda, não só abrindo o território para a manifestação de um modo diferente de fazer a história, mas, acima de tudo, como um cinescópio que ilumina o contributo das mulheres para a história da humanidade.
Hannah Arendt (1906-1975) é um dos nomes mais importantes na área da filosofia política no século XX. O contínuo interesse pela sua vida e pelos seus escritos pode ser explicado por duas razões. Por um lado, a biografia de Arendt – a educação alemã, o estatuto de refugiada, a condição de apátrida, a emigração para os EUA - é dolorosamente emblemática da história horrenda do totalitarismo europeu. A vida de Arendt diz-nos muito sobre o que a Europa foi no século XX. Por outro lado, o pensamento de Arendt mantém-se atual e desafiador, sobretudo se o compararmos com o trabalho de alguns de seus contemporâneos. Muitas das suas observações críticas têm relevância para a compreensão do mundo globalizado de hoje. Por exemplo, as suas intervenções como intelectual pública – a controvérsia sobre Adolf Eichmann! - continuam a inspirar os críticos sociais em todo o mundo. Nesta sessão, vamos concentrar-nos num número selecionado de conceitos cruciais que podem ser encontrados na obra de Arendt: julgamento, ação e cidadania.
Isabel Capeloa Gil é Professora Associada da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e, desde 2005, Directora da mesma Faculdade. Estudou em Lisboa, Munique e Chicago e tem várias publicações nacionais e internacionais sobre estudos de mulheres, teoria cultural e cultura visual. É investigadora sénior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura e coordena a Linha de Investigação Cultura e Conflito. Entre os trabalhos mais relevantes contam-se “O Colorido da Diferença: a(s) culturas de expressão alemã hoje” (2005); “Mitografias. Figurações de Antígona, Medeia e Cassandra no Drama de Expressão Alemã do Século XX” (Lisboa 2007); “Fleeting, Floating, Flowing: Water Writing and Modernity” (Würzburg, 2008); “Simone de Beauvoir: Olhares Sobre a Mulher e o Feminino” (com Manuel Cândido Pimentel, Vega, 2010) e “A Cultura Portuguesa no Divã” (com Adriana Martins, 2011). A sua obra mais recente é “Literacia Visual. Estudos sobre a Inquietude das Imagens” (Lisboa, 2011). É desde 2010 Honorary Fellow do IGRS, School of Advanced Study, Universidade de Londres.
Mathias Thaler é investigador do Centro de Estudos Sociais. Estudou em Viena, Toronto, Paris e Berkeley (Califórnia). As suas áreas de especialização são a filosofia intercultural e o domínio da teoria política e justiça internacional. A sua dissertação de doutoramento, que lhe valeria o Prémio de Doutoramento da Academia Austríaca de Ciências em 2003, examina três debates contemporâneos no que respeita à justiça internacional: intervenção humanitária, direitos humanos e cosmopolitismo. A dissertação foi publicada em 2008 com o título “Moralische Politik oder politische Moral?” pela editora alemã Campus. Desde 1999 exerce funções de editor na revista científica “polylog. Zeitschrift für interkulurelles Philosophieren”.