29/03/2007

Pessoas como nós


Quarenta e sete pessoas. Como nós: carne, osso, sentimentos, projectos, amigos, família. Mais de vinte crianças, que andam na escola, brincam com os bonecos, jogam à bola, andam de bicicleta, penduram-se às cavalitas, regressam ao fim da tarde ao lugar onde moram: como nós. Quarenta e sete pessoas que estão a dar uma lição de dignidade a quem acaba de lhes destruir o lugar onde habitavam há décadas sem lhes garantir um novo sítio para morar. O caso da comunidade cigana de Bacelo, no Porto, mostra ainda mais do que parece sobre o mundo em que vivemos e sobretudo sobre quem governa o país e a cidade. Mostra a violência sobre os mais pobres, o desprezo pela sua vida, o autoritarismo de Rio, a falta de cuidado da segurança social, o racismo instalado, a força dos interesses económicos contra quem tem apenas a dignidade para lhes resistir.

Rui Rio sabe exactamente o que faz: usa o argumento do perigo de saúde pública para "limpar" um terreno importante para o Grupo Pestana, que quer construir ali perto um hotel. Destrói as barracas sem garantir nenhuma solução, empurrando para as mãos da segurança social a resolução de um problema cuja responsabilidade política é apenas da Câmara Municipal do Porto, a quem compete arranjar habitação. Se Rui Rio quisesse realojar aquela gente, teria desde o início providenciado uma solução: se houvesse casas, por que teriam as pessoas de ir provisoriamente para pensões em lugar de saírem dali directamente de chave na mão para o seu novo bairro? E por que recusaria tão veementemente a Câmara o terreno disponível para os acolher, na freguesia onde sempre moraram, que a segurança social se comprometeu a financiar, e que assegurava que a comunidade poderia ter um sítio onde ficar durante o dia, onde cozinhar, onde manter as carrinhas com os seus bens, perto da escola das crianças? A segurança social pouparia dinheiro (o terreno até sai bem mais barato que as pensões ao erário público), a comunidade tinha uma solução do seu agrado, os laços de sociabilidade mantinham-se, o padrão cultural das pessoas seria respeitado. Mas Rui Rio não quer – e sabe o que faz.

Colocar as pessoas 60 dias em pensões que, muitas vezes, têm más condições, onde as pessoas se sentem mal, contra a sua vontade é a estratégia da Câmara para forçar o desgaste das famílias de modo a que elas acabem por preferir a rua ou as carrinhas. É disso que Rui Rio precisa: quando isso acontecer, Rui Rio lembrará que a condição sine qua non para o realojamento era a permanência nas pensões. Se as pessoas as abandonaram era porque tinham alternativas, ou seja, não precisam de casa. Lava assim a Câmara as mãos: limpou o terreno, atirou as famílias para a segurança social e terá arranjado um pretexto para não as realojar. Esta Câmara não é só violenta e autoritária, mas profundamente cínica.

É nestes momentos que se mede a solidariedade. Ela tem de estender-se a todos quantos são sensíveis aos direitos humanos. E tem de ser paciente e persistente: ela é precisa hoje, amanhã, e sobretudo daqui a 58 dias, quando for a altura de ver se esta cidade é capaz de exigir o mínimo dos mínimos: o respeito pelos outros, pela palavra e por um artigo básico da Constituição da República, artigo 65, direito à habitação.


josé soeiro

27/03/2007

Declaração de Bruxelas

Assine a Declaração de Bruxelas


Nós, o povo da Europa, aqui afirmamos os nossos valores comuns. Não se baseiam numa só cultura ou tradição, mas assentam em todas as culturas que conformam a Europa moderna.

* Afirmamos o valor, a dignidade e autonomia de cada indivíduo e o direito de todos à maior liberdade possível compatível com os direitos dos outros. Defendemos a democracia e os direitos humanos e procuramos para o maior desenvolvimento possível de cada ser humano.

* Reconhecemos o nosso dever de cuidar de toda a Humanidade incluindo as gerações vindouras e a nossa responsabilidade e dependência da Natureza.

* Afirmamos a igualdade de homens e mulheres. Todas as pessoas devem ser tratadas de igual forma perante a lei, independentemente de raça, origem, crença religiosa, idioma, género, orientação sexual ou capacidades.

* Afirmamos o direito de todos a adoptarem e seguirem uma crença ou religião da sua escolha. Mas as crenças de qualquer grupo não podem ser utilizadas para limitar os direitos dos outros.

* Defendemos que o Estado deve permanecer neutro em questões de religião e crença, sem favorecer nem prejudicar ninguém.

* Defendemos que a liberdade pessoal deve ser combinada com a responsabilidade social. Procuramos criar uma sociedade justa baseada na razão e na compaixão, na qual cada cidadão possa desempenhar plenamente o seu papel.

* Defendemos tanto a tolerância quanto a liberdade de expressão.

* Afirmamos o direito de todos a uma educação aberta e completa.

* Rejeitamos a intimidação, a violência e a incitação à violência na resolução de disputas e defendemos que os conflitos devem ser resolvidos através da negociação e por meios legais.

* Defendemos a liberdade de investigação em todas as esferas da vida humana e a aplicação da ciência ao serviço do bem-estar humano. Procuramos usar a ciência de forma criativa, não destrutiva.

* Defendemos a liberdade de criação artística, valorizamos a criatividade e a imaginação e reconhecemos o poder transformador da arte. Afirmamos a importância da literatura, da música e das artes visuais e do espectáculo para o desenvolvimento e realização do ser humano.

# 25 de Março de 2007, no 50º aniversário do Tratado de Roma e da fundação da União Europeia

EIRA 33

dias 28 e 29 de Abril de 2007, das 10h às 13h e das 15h às 18h
PERFORMANCE – perspectivas históricas e heranças - Lisboa

workshop orientado por Miguel Bonneville e Magda Henriques

A performance desafia qualquer definição precisa e os caminhos que a antecedem e lhe sucedem são múltiplos. Deseja-se assim proceder a uma contextualização histórica da performance e estabelecer possíveis aproximações a este género artístico. São aqui tomados alguns exemplos e momentos particulares - no início do século XX, Oskar Schlemmer; em meados do século, Merce Cunningham; e ainda os anos 60 e a arte de acção.

26/03/2007

LAST NEWS

VER LAZNIA

Alex Buldakov (Russia), Carla Cruz (Portugal), Hubert Czerepok (Poland), Christoph Draeger (Switzerland/USA), Jon Mikel Euba (Basque Country/Spain), Dan Perjovschi (Romania), Wilhelm Sasnal (Poland), Janek Simon (Poland), Sean Snyder (USA/Germany), David Ter-Oganyan (Russia), Walid Raad (Lebanon/USA)
Curators: informal group exgirls (Magdalena Ujma and Joanna Zielińska)
Co-ordination: Małgorzata Taraszkiewicz-Zwolicka


Last News is the development of research done so far by the exgirls group on the subject of beauty and violence. The starting point is provided by the mass media and its fascination with bad news. With their help the exhibition is going to study the subject of reality and the ways of creating and destroying the reality by images. Today’s images are characterized by the disappearance of truth for the sake of politics and aesthetics. At the same time the art misses reality and struggles to tame it; artists make use of direct quotations and the literal language of media. The artworks presented on the exhibition are close to the political and activist art thus documenting contestation and revolt against simulated reality. Artists from Europe, America as well as Middle East are going to answer the question whether it is possible to get to the reality analysing successive layers of paintings, reproductions, photographs and reflections constantly flowing through the world.




Dan Perjovschi

Ciganos do freixo


O rui rio ordenou a expulsão de 16 famílias ciganas dos barracos da Rua do Bacelo, Freixo, Porto.
Algumas destas famílias estão a viver no local desde 67 e 75 e nunca foram integradas em nenhum programa de realojamento da Câmara, apesar dos vários fogos de habitação social disponíveis.

O SOS Racismo, a plataforma artigo 65, a Solidariedade imigrante entre outros estão a acompanhar o processo.

Hoje estarão na Assembleia Municipal a mostrar o seu desejo de integração e a recusa a sairem do terreno para uma situação provisória de alojamento a 60 dias em pensões oferecida pela segurança social (sabidos são os casos de pessoas que se encontram há 3 anos provisóriamente em pensões), sem garantias da Camara Municipal que será encontrada uma solução para o alojamento destas famílias, seja em habitação social pu um Terreno onde possam reconstruir a sua comunidade em condições de salubridade. No Seio desta comunidade vivem 23 menores.
solidarizem-se.

25/03/2007

MISS CHINA

BEAUTY ROOM
Select 08:09

Avis de Recherche d'Artiste Femme

Vous, femme artiste, qui cherchez un lieu de travail, MISS CHINA met à votre disposition, pendant 4 semaines au mois d'août, son local sis au 3 rue française Paris 1er.
Faites - nous part de vos projets, prenez vite contact au beauty@misschina.tm.fr ou tél : 01 42 36 28 22, nous en discuterons... (Clôture des candidatures le 30 avril 2007)

Quatrième édition d'atelier "Rouge d'un lieu", résidences d'un mois du 01/08/2007 au 31/08/2007 :

Pour continuer son acte de « recyclage », pendant « sa fermeture pour congé annuel au mois d'août », MISS CHINA offre son local 3 rue française Paris 1er à une artiste femme comme atelier et expose son travail le mois suivant.

Au programme :

du 01/08/2007 au 31/08/2007
atelier : "Rouge d'un Lieu" 04

du 07/09/2007 au 29/09/2007
exposition : Select 08:09 - "My Working Room" 04
vernissage : vendredi 7 septembre 2007 de 18h à 20h30


Paola Gaviria Silguero, artiste colombienne a pu profiter du lieu en l'an 2004 et elle continue à travailler sur ses carnets de dessin...

Delphine Soustelle Truchi, artistes française a vécu un mois des "liaisons dangereuses" en 2
Mannon Xhaard et Nadia Lichtig ont cohabité pendant un mois


MISS CHINA
BEAUTY
3, rue Française F – 75001 Paris (Métro : Etienne Marcel, Halles)
t&f : 33 (0)1 42 36 28 22
e : beauty@misschina.tm.fr http://www.misschina.tm.fr
Contact : ASTYCOM 06 75 25 49 78
Ouvert du mardi au samedi de 13h30 à 18h30

23/03/2007



A artista Isabel Carvalho dará o pontapé de saída do novo espaço do Laboratório das Artes em Guimarães. è já dia 13 de Abril, e será um espaço comunitário... para tal esta a ver propostas para concertos e oficinas, baseados na ideia da dádiva e partilha de talentos. Assim cá fica o anúncio para quem queira participar, ou tenha moveis e comida que queira ceder ( claro está que cozinhar será um dos talentos apresentados)


e para além disto

A Lisboa 20 Arte Contemporanea recebe no dia 29 de Março, Quinta-Feira, às 19 horas, oencontro de Maio do Upgrade! Lisbon, com a presença da artista Adriana Sá. A entrada é gratuita e serão servidas bebidasmonthly.


Com formação em música e Belas Artes, Adriana Sá é artista trans-disciplinar, performer improvisadora/ compositora. Desenvolve e apresenta trabalho pela Europa, EUA e Japão desde os anos 90. Do seu processo de criação faz parte o próprio desenho e construção da instrumentação. O som pode conjugar-se plasticamente com luz, arquitectura, movimento, metereologia ou palavras. Parte da instrumentação é de escala arquitectónica, e concebida para adquirir novas características cada vez que é instalada, – tem que se entrar nela para a tocar ou fruir. O espaço torna-se reactivo. Quaisquer que sejam os instrumentos utilizados, arquitectónicos ou portáteis (menos tempo requerido para o set-up), o trabalho de Adriana relaciona a performance musical com contextos específicos que envolvem lugar, memória e pessoas.


Para a sua apresentação no Upgrade! Lisbon, Adriana Sá irá, a partir do seu projecto
THRESHOLDS, introduzir o instrumento de luz sonora, sua versatilidade (recorrendo também a documentação sobre projectos anteriores: data projection + audio playback) e limitações técnico-plásticas no seu estado actual de desenvolvimento. A artista explicitará também os seus planos para a tentativa de superação dessas limitações

22/03/2007

*cyber feminism past forward*

*cyber fems virtual real*
*cyber fems real meetings*

Opening: March 8 2007, 7 pm with a concert performance by Eva Ursprung (AUT)
Duration of the exhibition: March 9 - March 31, 2007
Opening hours: Tuesday to Saturday 3-7 pm

Austrian Association of Women Artists
Maysedergasse 2
1010 Vienna/Austria
Tel: + 43-1-513 64 73/Fax -- 9
vbkoe@vbkoe.org
http://www.vbkoe.org
http://www.vbkoe.org/cyber_feminism_past_forward.htm

*Kloe Bratz (TC), ][mez][ breeze (AUS), Carla Cruz (PT), Cym (AUT/NL), Aileen Derieg (AUT), Valie Djordjevic (G), Nina Höchtl (AUT), Deb King (USA), lady tigers night club LTNC (AUT), lizvlx (CH/A), Jess Loseby (Various) et al, Diana McCarthy (USA/G), Nancy Paterson (CAN), Regina Célia Pinto (BRA), Suzanne van Rossenberg (NL), sisterO (NL), Nina Sobell (USA), Evelin Stermitz (AUT/SLO), Eva Ursprung (AUT), Francesco
Ventrella (I), Faith Wilding (USA), Nanette Wylde (USA), Jody Zellen (USA)*

"cyber feminism past forward" consists of a "cyber fems virtual real" exhibition with feminist net art, websites, posters, screenings and "cyber fems real meetings" with presentations, panels and performances. The exhibition focuses on current works of international media artists, the history of women's movements and celebrates the pioneers of cyberfeminism. In the panel "Name the depoliticalization of cyber
feminisms!" we will concentrate on the essential question of the exhibition: how are aspects of the depoliticalization of feminisms emerging in light of today's global politics?

*cyber fems real meetings*

*Friday March 30 2007*
*7 pm Name the depoliticalization of cyber feminisms!*
Carla Cruz (PT), Aileen Derieg (AUT), Valie Djordjevic (G), Nina Höchtl (AUT), Rudolfine Lackner (AUT), lady tigers night club LTNC (AUT), lizvlx (AUT/CH), Suzanne van Rossenberg (NL), Diana McCarthy (USA/G), Evelin Stermitz (AUT/SLO), Francesco Ventrella (I)

*Saturday March 31 2007*
*10--1 pm cyber feminism past forward workshop* Rudolfine Lackner (AUT) in collaboration with the women's-spring-university *3 pm Take Nothing for Granted/Nichts is selbstverständlich* Aileen Derieg (AUT)
*4 pm World of Female Avatars* Evelin Stermitz (AUT/SLO)
*4:30 pm No Men's Land* Cym (AUT/NL)
*5 pm LTNC's magic garden - experimental Internet TV*
lady tigers night club - LTNC (AUT)
*6 pm on accountability, performance*
Carla Cruz (PT), Nina Höchtl (AUT), Suzanne van Rossenberg (NL), Francesco Ventrella (I)
*7 pm Faces: 10 years (past and future)*
Valie Djordjevic (G), Diana McCarthy (USA/G), Faces mailing list members
*10 pm concert*
Ursprung (AUT) and Cym (AUT/NL)

Curators: Rudolfine Lackner, Evelin Stermitz
Staff assistants: Katharina Hoffmann, Magdalena Ölzant

Free admission

WTF is KC

KIMBERLY CLARK IS AN ARTISTGROUP CONSISTING OF ELLEMIEKE SCHOENMAKER,
JOSEPHA DE JONG AND IRIS VAN DONGEN.


Kimberly Clark plays with her own emotions… In a hysterical way the artist’s collective uses clichés surrounding them: sex, party, booze, violence,
art, mythology, poetry…
Kimberly Clark mixes all these ingredients to slick installations, in which they express their love-hate relationship with the world they live in. It’s 'Art with pleasure' created with passion.

Kimberly Clark is the name of the artist collective consisting of three female artists: Josepha de Jong, Ellemieke Schoenmaker and Iris van Dongen. Many of the sculptures they make are inspired by ‘nocturnal escapades’ of the women in the streets of Rotterdam, recorded on photographs. The work they are making right now for an exhibition in TENT Rotterdam, for example, with the working title 'crusade, Rotterdam', is based on two women climbing to the top of a heap of construction waste lying in the street. One of the women is carrying a piece of beam, the other one iron
curtain rails. The composition of the women is that of a crucifix. A combination of trash, abundance and devotion.

The art works consist mainly of 3 dimensional ‘human figures’ combined with ready-made objects. Kimberly Clark wants the works to express rawness through the mains of humor. In a way you could say the installations are autobiographical. At least the
artists can identify with the subjects they chose. That explains why the collective often takes ‘the woman’ as their point of departure. They contradiction between the beauty of women and the rawness of the subject creates vulnerability but at the same time female heroine and power.

Kimberly will perform for you:

-'Destroy Athens' Athens Biennale (EL) sept. '07
- CODE (free code magazine) Bruxelles (BE)
(www.codemagazine.be) mei
-'Risky business', Motel Mozaiek, TENT, Rotterdam (NL)

1:1

1:1projects

Thursday, March 22nd at 6:30p.m. 1:1projects will host a talk by artist Manuela Ribadeneira of Artes No Decorativas S.A.

Artes No Decorativas is a share-holding company that was legally established by Nelson Garcia (Quito, Ecuador) and Manuela Ribadeneira (London, UK) in 1998, 49% of the company is currently owned by the public. Artes No Decorativas S.A. produces art projects and works that employ distribution strategies borrowed from business and marketing. Recent productions include: moving the latitude of the equator; establishing the first artist residency in Ecuador; and the development of an updated version of the traditional art supply shop in which, rather than only buying brushes and canvases, artists can also find funding applications, a book that explains how to get a gallery, and “space markers” that protect or expand one’s personal space at exhibition openings.

Manuela Ribadeneira will represent Ecuador (with Pablo Cardoso and María Verónica León) in the 52nd edition of the Venice Biennial, in the Padiglione Italo-Latino
Americano, Ca’Zenobio.

1:1projects
Piazza Scipione Ammirato 1/C
00179 Rome

20/03/2007

evolution del art

volution de l’Art is a gallery for contemporary art which only sells artworks that are immaterial, with no physical residue, and it does not release certificates of authenticity, nor statements or receipts. EdlA will represent, on a non-exclusive basis, artists whose artwork is, at least in the case of some specific projects, alien from any physical-material component. Beyond this condition, there will not be any other limitation or requisite for represented artists in terms of medium or technique.

evolution del art
cliquem e vejam os vários projectos, também lá tenho 3...

16/03/2007

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Elfriede Jelinek home page



imperdivel, mas é em alemão :-(
há um textito traduzido
ELFRIEDE JELINEK

LAVAR A ROUPA AO RIO


2º momento - LAVAR A ROUPA AO RIO
OU - LAVAGEM DA ROUPA NA POCINHA!!
Dia 17 de Março 2007, sábado, entre as 10h e as 11h
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Aparecer com uma bacia de roupa suja, branca ou de cor, e um sabão rosa!
As socas são facultativas!!
ºººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº

ºººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº
Rascunho do texto de suporte
à primeira lavagem da roupa.
- Nov. 2006
ºººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº
Em pleno Verão, no meses de Julho e Agosto (2005), quando a obra parecia completa, suspeitava-se que uma porção considerável daquele espaço serviria para festas, concertos e outras boas razões para se juntar a população da cidade do Porto em peso. Fazia lembrar (ainda agora, e com mais razões para este tipo de lembranças porque é
Inverno) uma praça da velha URRS.

À beira da nova fonte, lá para cima, na Praça General Humberto Delgado, onde no Verão ainda não se percebia se a intervenção "era só aquilo", o espaço mantinha-se igualmente amplo. De facto criou-se ali um espaço vazio, não preenchido, gigante.

Com a passagem dos meses a suspeita confirmou-se. As requalificadas Praça da Liberdade e Av. dos Aliados converteram-se numa espécie de Feira ou Salão de exposições (os conselheiros de imagem preferiram usar a expressão "sala de visitas"). Penso que as funções atribuídas àquele espaço estavam previstas desde o início pelos dois arquitectos responsáveis, no entanto, e esta parece-me ser a questão, serão estas as funções esperadas por todos nós para o espaço e serão estas funções compatíveis com as necessidades dos cidadãos que por ali passam e que ficam? Ou seja, a função de uma Praça Municipal?

Neste momento não existe ali um sítio onde se possa sentar e conviver. Existem cadeiras e mesas atadas com um "cordel" (serra-cabos) que, para além de serem feias e descaracterizadas, são bastante desconfortáveis. Futuramente existirão ali esplanadas de comerciantes privados. Desconheço detalhes sobre o tipo de contractos que serão
firmados, mas será certamente a concretização de mais uma brilhante ideia no caminho da privatização do espaço público (e, por conseguinte, da rentabilização deste) e mais um afastamento das necessidades do cidadão comum que não passam somente pelo consumo de bens ou serviços.

E já agora, vale a pena pensar nas seguintes experiências que ocorrem durante as estações do ano mais difíceis a quem por lá se movimenta ao seguir o caminho longitudinal e/ou transversal: no verão o nosso granito, material tão característico na construção da cidade do Porto, reflecte e fere os olhos, no Inverno não há nenhum obstáculo a atenuar o vento e frio.

No meio de um certo azedume e de muitas reservas em relação a esta "novidade", conforta-me ver quem se arrisca a pisar a "linha" traçada pelos arquitectos. O alvo principal tem sido a fonte – também lhe chamam "tanque", "poça" ou "pocinha", "bebedoro", e outros nomes que não me recordo – e é curioso o modo como se vai recriando a função daquela "peça" de arquitectura. No verão os miúdos entraram dentro da água e fizeram da fonte uma piscina Municipal. O mais admirável foi assistir às primeiras aulas de natação de uma miúda ainda suportada por braçadeiras!
Parecem os mesmos miúdos que andavam pela praça D. João I e pela Batalha a banharem-se nas águas quentes. São outros, mas com o mesmo espírito e com a mesma intenção, a de habitar livremente o espaço.

ººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº

No outro dia, quando ainda estudava a fonte e a minha resposta a este projecto, deparei-me com um cartaz em tecido da Rivolição dentro da água e isto levou-me à seguinte questão: que espaço terá RR deixado para a Cultura? Para aquilo que quando acontece nos deixa perplexos, que nos custa a digerir de imediato, que nos faz pensar e sentir de modo diferente, que nos toca e comove sem termos explicações que
justifiquem, que nunca nos deixa indiferentes, que nunca nos deixa iguais ao que éramos quando chegamos?

É caso para perguntar: "O que se passa consigo RR, acha bem que o público não assista a bons espectáculos?"

Os nossos impostos seriam bem empregues se o público fosse sensível à programação de espectáculos com qualidade. Aliás, por comodidade, por questões pessoais de limitação cultural, o RR direcciona-se no sentido do nivelamento cultural, ou seja, alimenta o povo pelo nível mais baixo estando, aparentemente a ser sensível às suas exigências mais básicas de folia!!!
Este sentido é negativo e significa um enorme retrocesso em tudo aquilo que esta cidade conseguiu conquistar nos último tempos pós 2001.

ººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº

Por esta razão pretendi lavar a minha roupa suja no tanque do RR e seguir o mesmo impulso que os protagonistas dos meus exemplos (acima referidos) seguiram, usar livremente este espaço público tendo no entanto segura uma intenção, a de poder estar também a comentar as medidas tomadas por RR. Recorri a alguns momentos importantes vividos na minha infância para alicerçar a minha acção: as idas ao rio ou
ribeiro lavar a roupa (mais tarde ao tanque Municipal) e os infindáveis momentos de conversa entre mulheres que expunham ali a sua vida privada. Sei que hoje ainda existem os tanques Municipais onde muitas mulheres se reúnem para lavar e conversar.

Aproveitei a falta da máquina de lavar roupa em casa e a vontade de lhe querer dizer algumas "verdades" para me meter na água gelada, debaixo de chuva e granizo, e lavar algumas peças de vestuário.

Gostaria muito que o Arquitecto Siza soubesse, um dia destes, que me deu muito jeito fazer uso do tanque que ele concebeu seguindo o modelo parisiense dos Campos Elísios, para efectuar a tal lavagem e que estou a pensar em dar lá um mergulho no Verão com a rapariga das braçadeiras. Não por gostar da sua intervenção, mas porque está mesmo
ali a precisar de um empurrão para ser usada. No meio disto, gostaria que ele fosse também informado (mas não para lhe endereçar culpas) que já não há nada no Rivoli que valha a pena ver, que vai para lá agora o La Féria.
ISABEL CARVALHO

14/03/2007

WORLD OF ART, School of Contemporary Arts

www.worldofart.org

2006/2007

Summer Seminars for Art Curators

Between Exposition and Mediation

July 23-August 7, 2007, Yerevan, Armenia


Daedline for application: April 15, 2007

After successfully completing and summarizing the results of the first international summer school for art curators organized in July 4-17, 2006 in Yerevan, Armenia, the National Association of Art Critics (NAAC) now intends to further develop the program focusing on partnership and networking with regional actors in the field of art criticism and curating.

The first year's summer school brought together prospective and already practicing young curators from former socialist countries (from Slovenia Monika Ivancic and Tevz Logar) and Turkey into a lively and productive environment of workshops and seminars.

The summer seminars' program 2007 is organized in collaboration with SCCA-Ljubljana, Soros Center for Contemporary Art - Alma Aty and BM Center for Contemporary Art, Istanbul.

The 2007 summer seminars and the workshop for art curators will center on the relation of the art critic and curator on the one hand and curator-artist on the other, in the face of globalization/westernization of the art market and big exhibitions; i. e. biennales, art fairs and festivals as one of the outcomes of these processes that have penetrated into former socialist countries since the mid-1990's. The program will focus on curating as a critical practice, and particularly, the curator as someone who combines the management of relations (artist-curator, artist-critics and artist-society) with the function of evaluation. We will discuss historically and culturally unique art events and practices where the curator combining the roles of a presenter and a critic has chosen different strategies of display and mediation.

All the applications should arrive before the closing date. The applications and related materials should be submitted to the relevant partner-organization in your region by e-mail.

Please, see the information below for submission information according to your country of residence. NAAC's partner institutions will choose several applications for the first round of the competition and forward it to NAAC in early April. The second and final round will be carried out and the funding decisions will be made by NAAC. The final results will be announced by May 15, 2007.

Residents of Bosnia and Herzegovina, Croatia, the Czech Republic, Hungary, Kosovo, Poland, Serbia, Montenegro, Macedonia, Slovenia and Slovakia should send the applications and supporting materials by post or e-mail to Sasa Nabergoj or Tevz Logar, e-mail: svetumetnosti@scca-ljubljana.si

Summer school application and guidelines:

www.worldofart.org/aktualno/archives/72

13/03/2007

DO you remember this??
first story women building
new narratives for the 21s century Porto 2001

05/03/2007

To Live Outside the Law You Must be Honest


Opening: Friday 9 March, 6 - 9pm

Event: Freedomism, 1 April, 5pm
Nicoline van Harskamp’s long-term project 'To Live Outside the Law You Must be Honest' investigates systems of government and interpretations of the notion of freedom.

The project is comprised of three scripted video works, each performed by the same actor in different roles. The first video is filmed in Christiania, a free town at the centre of Copenhagen that was created in the early 1970s, which continues to be inhabited by over 1000 people today who reject the ownership of houses and infrastructure and practise consensus democracy. Informed by interviews with its residents the video addresses issues of self-government and self-policing. The second two works were filmed in London, and are based on interviews with left wing and right wing libertarians whom actively campaign against violations of freedom today. In all three works the issues of freedom and participatory democracy are addresssed but each drawing very different conclusions over how that is obtained.

Event: Freedomism, 1 April, 5pm
Invited speakers from different political pursuasians, ranging from right to left wing, will debate ideas about libertarianism.

Casco

Office for Art Design and Theory
Nieuwekade 213-215
3511 RW Utrecht
the Netherlands
phone & fax: +31(0)30 2319995
office hours: Tue - Fri 10 am - 6 pm
www.cascoprojects.org

IVG - dia 8 de Março

02/03/2007

from Frieze issue 105


'People say, "How come you don't take pictures of girls?" And I say, "Well I do, I just use boys to do them."' Collier Schorr

'I can understand young artists saying their practice isn't feminist, but saying you're not a feminist, that's just tragic, I think, and misguided. Whether you are a man or a woman.' Connie Butler

The March issue of frieze is themed around Feminism. Connie Butler discusses her forthcoming exhibition 'WACK! Art and the Feminist Revolution' with Amelia Jones, and Dominic Eichler considers the themes explored by Collier Schorr in her photographs and collages.

'Cinema's unique capacity lies in its ability to, as Maya Deren writes memorably, "put real toads in imaginary gardens."'

Melissa Gronlund looks back at the career of Maya Deren, whose radical and influential films are the subject of a new book published by Anthology Film Archives. Will Bradley is intrigued by Cathy Wilkes' psychologically and socially evocative installations, while Christy Lange reflects on the videos, performances and events staged by Annika Eriksson.

From Mexico to Egypt and Senegal, Jennifer Doyle, Gilane Tawadros and N'Goné Fall examine diverse approaches taken by women to art-making. Jan Verwoert unearths alternative histories in the work of Michaela Melián. Eleanor Antin responds to the frieze questionnaire.

Plus Mathilde ter Heijne by Catrin Lorch, Claire Fontaine by Vivian Rehberg, Josephine Meckseper by Julia Bryan-Wilson and Kan Xuan by Douglas Heingartner.


In the front section Robert Storr reflects on the changes made by Feminism on the art world, while Brian Dillon is absorbed by two books about the mysteries posed to historical anatomy by women's bodies. Tirdad Zolghadr explores the thresholds of Feminism in two new European exhibitions, and Jenni Sorkin has misgivings about the hotly anticipated Elizabeth A. Sackler Center for Feminist Art.

Also, renowned sociologist Saskia Sassen talks to Roland Kapferer about the role of women in society today. In 'Life in Film', Runa Islam lists the movies that have influenced her and her work.


The back section includes reviews of: 'Cooling Out', Barbara Visser, Brice Marden, 'USA Today', Elke Krystufek, 'How to Build a Universe', 'Riflemaker Becomes Indica', 'The Secret Public', 'The Perfect Man Show', Alexis Hunter, 'Academy', Mel Bochner, 'This Will Not Happen Without You', Gardar Eide Einarsson, 'Clip/Stamp/Fold', 'The 5th Asia-Pacific Triennial', 'When the Moon Shines on the Moonshine', Jennifer Bornstein, 'Ruby Satellite', Suzanne Treister, Agnieszka Brzezanska, Brian Fahlstrom, Conrad Shawcross, 'Semina Culture' and 'I Like America'.