06/05/2009
Flávio Rodrigues
Teatro Helena Sá e Costa – 21H30
Rua da Escola Normal, 39 - Porto
Charlotte O’Day - Flávio Rodrigues (PT)
Duração: 40’
Andava a pensar em deslocar momentos históricos, sabia que não era simples, e compliquei ao pensar na mulher, compliquei ainda mais quando pensei na sua emancipação, era importante então deslocar a emancipação feminina na História. Comecei por coleccionar fotografias de mulheres através das obras de Man Ray, Burkhard Juttner, Drtikol, Les Krims, Newton com principal atenção a Cecil Beaton, estes tiveram um papel fundamental na criação desta obra, que exclui a mulher que me é familiar, e me fez ficar a pensar em ícones. Interessava-me a mulher famosa de Hollywood, a mulher estereotipo das décadas de 20, 30,40,50…, a mulher do século XX: Anita O´Day, Marlene Dietrich, Marilyn Monroe, Ella Fitzgerald, Bette Davis, Nina Simone, Vera Lynn, Doris Day, Edith Piaf… mulheres únicas, com vivências distintas, mas, ao mesmo tempo, com vários pontos em comum…por outro lado tinha Virgínia Woolf, Simone de Beauvoir, Eva Péron, Princesa Margarida, Channel… que me interessavam pelo seu percurso peculiar… mesmo assim a música tinha uma dimensão incontrolável, era sem dúvida o fio
condutor, comecei então por pensar em musicais; Eu queria um musical, uma biografia, uma coisa semelhante a uma omenagem. Eram muitas mulheres, e criar um novo ícone foi o próximo objectivo, um ícone que fosse a junção de vários, teria assim uma só personagem… com biografia… com história familiar por cada pedaço..e assim encontrei Charlotte O´Day… Tinha então o ícone, tinha o espaço vazio e desocupado de Cecil Beaton, o espaço que ajudou a deslocar ou desencaixar a história; andava a pensar numa caixa de papelão, numa embalagem transportável, estava a pensar na máquina do tempo em forma de papel, queria abrir uma caixa e encontrar história, queria vê-la em formato de memória tocável; para então deslocar a história bastava somente abrir a caixa, e Charlotte O´Day lá estava como prova. Voltar a trás? Bastava bater os sapatos verdes e assim lembro-me de Doris Day quando cantou “Somewhere over the rainbow”.
Direcção artística: Flávio Rodrigues
Interpretação: Carla Valquaresma
Assistência de movimento: Rui Marques
Figurino: Flávio Rodrigues
Fotografias e edição de imagens: Tiago Oliveira e Flávio Rodrigues
Produção Executiva: Tiago Oliveira
Uma produção de Produtora de Risco / Fábrica de Movimentos
Apoios: Contagiarte, Balleteatro, Educarte
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