13/06/2007
Após uma oficina sobre comunicação e género; na antiga cozinha daquela faculdade; género e low resolution, econtro todos os ingredientes para me deixarem curiosa e para querer conhecer quem despoletou a problemática do género// poder no departamento de design de comunicação da FBAUP. Fui então ao fecho da exposição "Low resolution gender" da aluna de design de comunicação da Faculdade de Belas Artes, U.Porto, Fernanda Torre.
Na Galeria da Cozinha podíamos ver uma série de cartazes dos anos 50/70 e cartazes contemporâneos - cartazes das sufragistas (contra as sufragistas) e cartazes franceses usando o apelo ao voto para vender lingerie, ou será melhor dizer, usando lingerie para apelar ao voto?
A exposição levanta a questão da responsabilidade dos designers de comunicação no reforçar // ou subverter das convenções de género vigentes na nossa sociedade... e se não se pode ser de género neutro na nossa cultura, como afirmou Bordo, também não se pode ser neutro no que diz respeito à escolha de imagens e formas que serão consumidas massivamente.
Porque Low resolution? Segundo a própria Fernanda, para assumir que as imagens forma pilhadas na Internet, mas qualquer um poderá ler, que a imagem feminina continua a ser de baixa resolução na nossa sociedade...
Em jeito de provocação ofereciam-se bombons embrulhados nos invólucros de pensos higiénicos, ingénuo? Continuam as feministas a falar do mesmo e a olhar para as suas menstruações num misto de assombro e celebração? Não deixei de sorrir e pensar como ainda é uma questão de afirmação de valor feminino a exaltação do período. Hoje em dia gosto mais da ideia da silenciosa ovulação -- mas não deixo de me recordar exactamente dessa altura em que ter o período era ter também a consciência que tinha um sexo, e que me impunham um género, o feminino, e que esse sexo e esse género eram ser O Outro.
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