12/09/2005
ALL MY INDEPENDENT WOMEN é uma colecção de arte feminista uma colecção não adquirida mas que ainda assim me pertence porque faz parte do meu imaginário artístico. Mulheres e homens que questionam a sua posição no mundo, e no mundo da arte através da especificidade do seu género (Numa cultura que é de facto construída pela dualidade sexual, não se pode ser simplesmente humano Bordo), questionando pois o que é isto de se ser mulher na nossa sociedade, ser feminino ou masculino.
AS ARTISTAS (uso o feminino contrariamente à convenção do uso do masculino para designar o plural misto ou o geral, pois apesar de se incluírem homens nesta colecção ela trata maioritariamente de mulheres artistas) que escolhi são-me próximas, já trabalhei de alguma forma com quase todas elas, acompanho o seu percurso de perto, assim posso dizer que o trabalho delas constrói aquilo que é o meu.
Se com a afirmação de Beauvoir NÃO NASCEMOS MULHERES, TORNAMO-NOS MULHERES
(Simone de Beauvoir 1949) ganhamos consciência da construção do papel feminino contra a ideia de natural, o nosso maior desejo pode ser transcender as dualidades da diferença sexual; não ter o nosso comportamento categorizado em termos de masculino ou feminino. Porém quer nos agrade ou não, na cultura presente as nossas actividades são codificadas como masculinas ou femininas e funcionarão como tal no sistema prevalecente das relações de poder entre os sexos (Bordo, 1990). Mantém-se, portanto, actual a necessidade dum movimento feminista cujo objectivo não é negar a diferença, mas recuperar o feminino na diferença sexual, gerar um imaginário de mulher autónomo, para lá dos estereótipos existentes da mulher (Braidotti, 1994).
Impulsionada pela recente publicação de um DICIONÁRIO PORTUGUÊS DA CRÍTICA FEMINISTA (Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral) decidi fazer esta breve colecção usando entradas do dicionário, tais como: Aborto, androginia, bixessualidade, ciberfeminismo, contos de fadas, corpo, estereotipo, feminilidade, género, imagem, masculinidade, maternidade, patriarcado e prostituição, sendo estas: fio condutor, ordenador e fundo da colecção, que permitirão uma releitura do feminismo em Portugal, reabrindo as obras expostas a discussão feminista nas artes plásticas.
Carla Cruz, Julho de 2005
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