02/02/2007

O meu corpo pertence-me

Lápis Laranja apresenta

O meu corpo pertence-me
Uma exposição de Paula Tavares

"Este é o meu corpo, tomai e fazei dele aquilo que quiserdes!" Esta
tem sido a política em Portugal. Abortar é crime. O mesmo é dizer: o
corpo da mulher está na mão de um Estado, que se diz
constitucionalmente laico. O Estado decide. Pelo homem. Pela criança.
E, mais importante ainda, pela mulher. Diz-se que assim tem que ser.
Em nome do respeito pela vida humana. Por isso não se deixa o Estado
decidir se é crime fazer uma operação plástica de estética. Que não é
crime. Por isso se permite a vasectomia. Que não é crime. Apesar de
impedir a formação de vida humana. Fundamentalismo por
fundamentalismo, em país que se diz democrático. Democracia implica
limites. E implica o respeito da vontade própria. Contra hipocrisias.
Contra fundamentalismos. Pela liberdade. Porque sim. Porque "O meu
corpo pertence-me!"
Rui Silva

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